Jovens do Capão Redondo assistem aulas na FEA

JOVENS DO CAPÃO REDONDO ASSISTEM AULAS NA FEA

CAPA | FEA Sociedade

Jovens do Capão Redondo assistem aulas na FEA 

Desde o ano passado, durante o recesso da Semana da Pátria, a professora Graziella Comini organiza uma disciplina de graduação em formato intensivo sobre empreendedorismo social. Este ano, as aulas aconteceram entre os dias 8 e 11 de setembro. Cerca de 40 alunos participaram, tanto da FEA quanto de outras unidades da USP e convidados do Capão Redondo, responsáveis por recepcionar os estudantes na visita feita ao bairro. Nos quatro dias de curso, houve a participação de alumni da FEA (ex-feanos) envolvidos no campo de empreendedorismo social para conversar com os alunos; uma sessão do documentário ‘Quem se Importa?’ da diretora Mara Mourão, que acompanhou iniciativas de empreendedores sociais pelo mundo; e palestra com o fundador do projeto ‘Doutores da Alegria’, Wellington Nogueira.


Os jovens tiveram a oportunidade de conhecer de perto iniciativas de empreendedorismo social em visita ao Capão Redondo, indo a estabelecimentos comerciais e ONGs. A Casa do Zezinho – que atende com atividades educativas jovens de baixa renda – e a 4you2 – escola de idiomas instalada em bairros de periferia – foram algumas das organizações visitadas. Fabrício Vieira, aluno da FEA que participou da disciplina, diz ter achado ótima a experiência de conhecer a região e os projetos empreendidos por lá: “Para ser um empreendedor social é obrigatório pisar nestes lugares, conhecer e conviver com as pessoas, pois só assim é possível ter ideias de negócios que realmente auxiliem na melhoria de vida e desenvolvimento humano”.

 

Dentre os selecionados para cursar a disciplina, que contou com mais de 250 inscrições, metade vem de fora da FEA.
A estudante de Gestão Ambiental Bruna Nascimento teve seu primeiro contato com empreendedorismo social nas aulas, mas gostaria de, no futuro, seguir com projetos na área. Sobre a disciplina, ela afirma que “a sociedade só tem a ganhar com iniciativas como essa”. Juliana Laura, estudante de Licenciatura em Psicologia, entende que faltam projetos do tipo na Universidade, congregando alunos de diferentes cursos. “O alto número de inscritos na disciplina demonstra o interesse dos estudantes sobre o tema e a preocupação em fazer a diferença na sociedade”, diz. Fabrício acredita que o ensino nas universidades no Brasil ainda é muito focado na formação para o mercado de trabalho ou para a pesquisa, faltando disciplinas que instiguem os alunos a pensarem em responsabilidade social.


A variedade das áreas de atuação profissional e o nível de engajamento em projetos sociais dos alunos inscritos demonstra que ações de responsabilidade social podem ser interdisciplinares. Katia Carvalho, moradora do Capão Redondo e estudante de Educação Física em uma faculdade privada, aponta que, apesar das particularidades de cada profissão, é possível que todas se integrem e contribuam para a sociedade. “Na grade de Educação Física não estudamos como desenvolver um projeto social, mas sabemos que o esporte pode mudar vidas”, exemplifica.


Fabrício Vieira classificou sua experiência como “transcendental”, saindo mais decidido a continuar trabalhando com negócios sociais. Ele afirma que o conceito de responsabilidade social precisa ser expandido para todos os tipos de organizações: “Nós precisamos buscar uma sociedade menos desigual e mais unida, o que torna necessário que toda organização esteja engajada em resolver os problemas sociais em seu entorno”. Para tanto, Fabrício aponta a necessidade de líderes e novas empresas criarem produtos, negócios e inovações capazes de contribuir para que noções de responsabilidade social se expandam.

Veja mais fotos abaixo:

_Gente da FEA - Outubro 2015

Autora: Letícia Paiva

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Jovens do Capão Redondo na FEAAula durante visita ao bairroAula durante visita ao bairroVisita dos alunos da disciplina ao Capão RedondoVisita dos alunos da disciplina ao Capão RedondoAula durante visita ao bairro

19/10/2015 Voltar